No Eurocódigo 7, existem três métodos de verificação para determinar a resistência à rotura do solo.
- Abordagem 1
- Abordagem 2
- Abordagem 3
Neste artigo, os métodos são comparados no modelo de uma laje de piso com um pilar. A diferença entre as abordagens individuais está nos coeficientes parciais de segurança que afetam vários valores de influência. Estes incluem as ações ou as cargas, os parâmetros do solo e as resistências. É importante mencionar que essas reduções ou aumentos por vezes ocorrem nas abordagens em combinação. Além disso, o anexo nacional alemão descreve regras especiais para a aplicação da abordagem 2, também conhecida como abordagem de dimensionamento 2* ou 2+. No texto seguinte e no RFEM 6, é utilizado o termo 2* para esta abordagem.
Sistema de placa de fundação com pilar
Laje de fundação,
- Comprimento: lx = 2,50 m
- Largura: wy = 2,50 m
- Espessura: t = 1,00 m
- Profundidade de embutimento: D = 1,00 m
- Peso próprio Gp,k = 156,25 kN com γ = 25 kN/m³
Pilar
- Comprimento: cx = 0,50 m
- Largura: Cy = 0,50 m
- Altura: h = 4,00 m
- Peso próprio: Gc,k = 25 kN com γ = 25 kN/m³
Fator do solo
- Ângulo de atrito: φ'd = 32°
- Parâmetro de corte para coesão: c'k = 15 kN/m²
- Densidade do solo ao lado da placa de fundação: γ1.k 20 kN/m³
- Densidade do solo abaixo da laje de fundação: γ2,k = 20 kN/m³
Caso de carga 1 – cargas permanentes
- vertical: VG,z,k = 975 kN
Incluindo o peso próprio do pilar Gc,k = 25 kN e a fundação Gp,k = 156,25 kN, a soma das cargas verticais permanentes é VG,k,tot = 156,25 kN + 25 kN + 975 kN = 1156,25 kN. O peso próprio da fundação é automaticamente considerado com o peso próprio da estrutura, desde que a caixa de seleção "Peso próprio ativo" esteja selecionada. Se o peso próprio tiver de ser introduzido manualmente, é necessário definir cargas adicionais para a fundação.
Caso de carga 2 – cargas variáveis
- vertical: VQ,z,k = 1000 kN
- Horizontal: HQ,x,k = 190 kN
Coeficientes de segurança parciais
A tabela seguinte apresenta os coeficientes parciais de segurança de acordo com a EN 1997-1, A.3.
Acções A | Símbolo | A1 | A2 | |
Cargas permanentes | γG | 1,35 | 1,00 | |
Cargas variáveis | γQ | 1.50 | 1,30 | |
Parâmetros do solo (material M) | Símbolo | M1 | M2 | |
Ângulos de corte efetivos | γ'φ | 1,00 | 1,25 | |
coesão em tensões efetivas | γ'C | 1,00 | 1,25 | |
Peso específico | γγ | 1,00 | 1,00 | |
Resistência R | Símbolo | R1 | R2 | R3 |
Rotura do solo | γR;v | 1,00 | 1,40 | 1,00 |
Deslizamento | γR;h | 1,00 | 1,40 | 1,00 |
Abordagem 1
Esta abordagem de dimensionamento utiliza dois conjuntos diferentes de coeficientes parciais de segurança.
Na primeira combinação 1-1, são utilizados os coeficientes parciais de segurança A1, M1 e R1 com A1 (γG = 1,35; γQ = 1,5) aumentando as ações desfavoráveis na fundação, M1 (γ'φ = γ'c = γγ = 1,00) não reduzindo os parâmetros do solo e R1 (γR;v = γR;h = 1,00) não reduzindo as resistências.
Na segunda combinação 1-2, A2, M2 e R1 são utilizados, com A2 (γG = 1,00; γQ = 1,30) aumentando as ações menores do que A1 e M2 (γ'φ = γ 'c = 1,25; γ γγ = 1,00) reduzindo os parâmetros do solo através da redução da resistência do solo à rotura.
Para o dimensionamento, o cálculo tem de ser realizado com os dois conjuntos de coeficientes parciais de segurança e é determinante o conjunto com a relação mais alta.
Abordagem 1 (combinação 1-1) De acordo com EN 1997-1, 2.4.7.3.4.2
Cálculo da resistência à rotura do solo
Excentricidade ex da carga vertical efetiva na direção x
A força de corte de cálculo com as cargas de fundação adicionais Vz,+add assim como o valor do momento fletor de cálculo resultante My,+add no centro da base da fundação são necessários para determinar a excentricidade das cargas verticais efetivas.
Vz,+add,d = γG ⋅ VG,k + γQ ⋅ VQ,k = 1,35 ⋅ 1.156,25 kN + 1,5 ⋅ 1.000 kN = 3.060,94 kN
HQ,x,d = γQ ⋅ HQ,x,k = 1,50 ⋅ 190 kN = 285 kN
My,+add,d = (t + h) ⋅ HQ,x,d = (1,00 m + 4,00 m) ⋅ 285 kN = 1425 kNm
ex = -My,+add,d/Vz,+add,d = -1.425 kNm/3.060,94 kN = -0,466 m
Comprimento, largura e base efetivos da fundação
A carga excêntrica reduz a base da fundação admissível.
wx - 2 ⋅ |ex| = 2,50 m - 2 ⋅ 0,466 m = 1,569 m
wy - 2 ⋅ |ey| = 2,50 m - 2 ⋅ 0,000 m = 2,500 m
Comprimento efetivo: L' = máx(wx - 2 ⋅ | ex | ; wy - 2 ⋅ | ey |) = 2,500 m
Largura efetiva: B' = min(wx - 2 ⋅ | ex | ; wy - 2 ⋅ | ey |) = 1,569 m
Área efetiva: A' = L' ⋅ B' = 2,500 m ⋅ 1,569 m = 3,922 m²
Parâmetros de solo a serem utilizados
Ângulo de atrito: φ'd = arctan(tan(φ'k )/γ'φ ) = arctan(tan(32°)/1,00) = 32°
Parâmetro de corte para coesão: c'd = c'k/γ'c = 15 kN/m²/1,00 = 15 kN/m²
Densidade aparente: γ1d = γ2d = γ1k/γγ = γ2k/γγ = 20 kN/m³/1,00 = 20 kN/m³
O ângulo de atrito φ' descreve o ângulo de acordo com o qual a resistência ao corte de um solo é atingida pelo atrito entre os componentes do solo. Em contraste, a coesão c' refere-se à relação da resistência ao corte resultante dos esforços de ligação internos entre os componentes do solo – independentemente da tensão aplicada. Ambos os parâmetros desempenham um papel central na determinação da resistência ao corte de um solo sob várias condições de carga. O peso do solo ao lado da laje de fundação é denotado por γ1d, o peso do solo abaixo da laje de fundação por γ2d.
Coeficientes de capacidade de carga
Nq = eπ ⋅ tan(φ 'd ) ⋅ tangente²(45°+φ'd/2) = e π ⋅ tangente(32°) ⋅ tangente²(45° + 32°/2) = 23,18
O fator Nq considera a capacidade de carga devido ao peso próprio do solo.
Nc = (Nq - 1) ⋅ cot(φ'd ) = (23,18 kN - 1) ⋅ cot (32°) = 35,49
O fatorNc tem em consideração a capacidade de carga devido à coesão do solo.
Nγ = 2 ⋅ (Nq - 1) ⋅ tan(φ 'd ) = 2 ⋅ (23,18 kN - 1) ⋅ tangente (32 °) = 27,72 mit δ ≥ φ'd/2 (base rugosa)
O fator Nγ considera a capacidade de carga devido à resistência ao corte do solo.
Inclinação da base da fundação
bq = (1 - α ⋅ tan(φ'd )) ² = (1 - 0) ² = 1
bc = bq - (1 - bq )/(Nc ⋅ tan(φ'd )) = 1 - 0 = 1
bγ = bq = 1
Neste exemplo, a inclinação da área de base α = 0 ° e, portanto, não tem influência na capacidade resistente.
Coeficientes de forma para secções retangulares
As fórmulas para outras secções podem ser encontradas no Eurocódigo 1997-1, D.4.
sq = 1 + B'/L' ⋅ sen(φ'd ) = 1 + 1,569 m/2,50 m ⋅ sen(32°) = 1,333
sc = (sq ⋅ Nq - 1)/(Nq - 1) = (1,333 ⋅ 23,18 - 1)/(23,18 - 1) = 1,348
sγ = 1 - 0,3 ⋅ B'/L' = 1 - 0,3 ⋅ 1,569 m/2,50 m = 0,812
Coeficientes de inclinação
m = (2 + L'/B')/(1 + L'/B') ⋅ cos²(ω) + (2 + B'/L')/( 1 + B'/L') ⋅ sen²(ω)
= 0 + (2 + 1,569 m/2,500 m)/(1 + 1,569 m/2,500 m) ⋅ sen²(90°) = 1,614
iq = (1 - Hd/(Vd + A' ⋅ c'd ⋅ cot(φ 'd )))m
= (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 15kN/m² ⋅ cot(32°)))1,614 = 0,858
ic = iq - (1 - iq )/(Nc ⋅ tan(φ'd ))
= 0,858 - (1 - 0,858)/(35,49 ⋅ tan (32 °)) = 0,852
iγ = (1 - Hd/(Vd + A' ⋅ c'd ⋅ cot(φ'd )))m+1
= (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 15kN/m² ⋅ cot(32°)))1,614+1 = 0,781
O coeficiente de inclinação depende do ângulo ω.
Capacidade resistente
Influência da altura da fundação (solo adjacente à fundação e cargas adicionais):
σR,q = q'd ⋅ Nq ⋅ bq ⋅ sq ⋅ iq = 20 kN/m² ⋅ 23,18 ⋅ 1 ⋅ 1,333 ⋅ 0,858 = 530,14 kN/m² com q'd = γ1d ⋅ [BUG.DESCRIPTION]
Influência da coesão:
σR,c = c'd ⋅ Nc ⋅ bc ⋅ sc ⋅ ic = 15 kN/m² ⋅ 35,49 ⋅ 1 ⋅ 1,348 ⋅ 0,852 = 611,11 kN/m²
Influência da largura da fundação (solo por baixo da fundação):
σR,γ = 0,5 ⋅ γ'd ⋅ B' ⋅ Nγ ⋅ bγ ⋅ sγ ⋅ iγ = 0,5 ⋅ 20 kN/m³ ⋅ 1,569 m ⋅ 27,72 ⋅ 1 ⋅ 0,812 ⋅ 2,781 k/m² com γ'd = γ2d
Pressão permitida do solo:
σR,k= Rk/A' = σs,q + σs,c + σs,γ = 530,14 kN/m² + 611,11 kN/m² + 275,57 kN/m² = 1416,83 kN/m²
σR,d = σs,k/γR,v = 1.416,83 kN/m²/1,00 = 1.416,83 kN/m²
Pressão do solo existente:
σE,d = Vd/A' = 3060,94 kN/3,922 m² = 780,40 kN/m²
Dimensionamento
η1 = σE,d/σR,d = 780,40 kN/m²/1.416,83 kN/m² = 0,551 ≤ 1
Abordagem 1 (combinação 1-2) De acordo com EN 1997-1, 2.4.7.3.4.2
Cálculo da resistência à rotura do solo
Excentricidade ex da carga vertical efetiva na direção x
Vz,+add,d = 1,00 ⋅ 1156,25 kN + 1,30 ⋅ 1000 kN = 2,456,25 kN
HQ,x,d = 1,30 ⋅ 190 kN = 247 kN
My,+add,d = (1,00 m + 4,00 m) ⋅ 247 kN = 1235 kNm
ex = -1.235 kNm/2.456,25 kN = -0,503 m
Comprimento, largura e base efetivos da fundação
Comprimento efetivo: L' = máx(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,503 m) = 2,500 m
Largura efetiva: B' = min(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,503 m) = 1,494 m
Área efetiva: A' = 2,500 m ⋅ 1,494 m = 3,736 m²
Parâmetros de solo a serem utilizados
Ângulo de atrito: φ'd = arctan(tan(32°)/1,25) = 26,56°
Parâmetro de corte para coesão: c'd = 15 kN/m²/1,25 = 12 kN/m²
Densidade aparente: γ1d = γ2d = 20 kN/m³/1,00 = 20 kN/m³
Coeficientes de capacidade de carga
Nq = eπ ⋅ tangente (26,56 °) ⋅ tan² (45 ° + 26,56 °/2) = 12,59
Nc = (12,59 kN - 1) ⋅ cot(26,56°) = 23,18
Nγ = 2 ⋅ (12,59 kN - 1) ⋅ tan(26,56°) = 11,59 com δ ≥ φ'd/2 (base rugosa)
Inclinação da base da fundação
bq = bc = bγ = 1 porque α = 0 °
Coeficientes de forma para secções retangulares
sq = 1 + 1,494 m/2,500 m ⋅ sen (26,56 °) = 1,267
sc = (1,267 ⋅ 12,59-1)/(12,59 - 1) = 1,290
sγ = 1 - 0,3 ⋅ 1,494 m/2,500 m = 0,821
Coeficientes de inclinação
m = 0 + (2 + 1,494 m/2,500 m)/(1 + 1,494 m/2,500 m) ⋅ sen²(90°) = 1,626
iq = (1 - 247 kN/(2456,25 kN + 3,736 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(26,56°)))1,626 = 0,847
ic = 0,847 - (1 - 0,847)/(12,59 ⋅ tan(26,56°)) = 0,834
iγ = (1 - 247 kN/(2456,25 kN + 3,736 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(26,56°)))1,626 + 1 = 0,765
Capacidade resistente
Influência da altura da fundação (solo adjacente à fundação e cargas adicionais):
σR,q = 20 kN/m² ⋅ 12,59 ⋅ 1 ⋅ 1,267 ⋅ 0,847 = 270,26 kN/m² com q'd = γ1d ⋅ D
Influência da coesão:
σR,c = 12 kN/m² ⋅ 23,18 ⋅ 1 ⋅ 1,1290 ⋅ 0,834 = 299,31 kN/m²
Influência da largura da fundação (solo por baixo da fundação):
σR,γ = 0,5 ⋅ 20 kN/m³ ⋅ 1,494 m ⋅ 11,59 ⋅ 1 ⋅ 0,821 ⋅ 0,765 = 108,68 kN/m² com γ'd = γ2d
Pressão permitida do solo:
σR,k = σR,d = 270,26 kN/m² + 299,31 kN/m² + 108,68 kN/m² = 678,25 kN/m²
Pressão do solo existente:
σE,d = 2456,25 kN/3,736 m² = 657,45 kN/m²
Dimensionamento
η2 = 657,45 kN/m²/678,25 kN/m² = 0,969 ≤ 1
Abordagem de dimensionamento 1
η = máx (η1 ; η2 ) = máx (0,551; 0,969) = 0,969 ≤ 1
Abordagem 2 de acordo com a EN 1997-1, 2.4.7.3.4.2
Nesta abordagem de dimensionamento, é utilizado um conjunto de coeficientes de segurança parciais A1, M1 e R2, com A1 (γG = 1,35; γQ = 1,5) aumentando as ações desfavoráveis na fundação e M1 (γ'φ = γ 'c = γγ = 1,00) não reduzindo os parâmetros do solo, mas com R2 (γR;v = γR;h = 1,40) reduzindo as resistências.
Cálculo da resistência à rotura do solo
Excentricidade ex da carga vertical efetiva na direção x
Vz,+add,d = 1,35 ⋅ 1156,25 kN + 1,50 ⋅ 1000 kN = 3060,94 kN
HQ,x,d = 1,50 ⋅ 190 kN = 285 kN
My,+add,d = (1,00 m + 4,00 m) ⋅ 285 kN = 1425 kNm
ex = -1.425 kNm/3.060,94 kN = -0,466 m
Comprimento, largura e base efetivos da fundação
Comprimento efetivo: L' = máx(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,466 m) = 2,500 m
Largura efetiva: B' = min(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,466 m) = 1,569 m
Área efetiva: A' = 2,500 m ⋅ 1,569 m = 3,922 m²
Parâmetros de solo a serem utilizados
Ângulo de atrito: φ'd = 32°
Parâmetro de corte para coesão: c'd = 15 kN/m²
Densidade aparente: γ1d = γ2d = 20 kN/m³
Coeficientes de capacidade de carga
Nq = eπ ⋅ tangente(32°) ⋅ tangente²(45° + 32°/2) = 23,18
Nc = (23,18 kN - 1) ⋅ cot(32°) = 35,49
Nγ = 2 ⋅ (23,18 kN - 1) ⋅ tan (32 °) = 27,72 com δ ≥ φ 'd/2 (base rugosa)
Inclinação da base da fundação
bq = bc = bγ = 1 porque α = 0 °
Coeficientes de forma para secções retangulares
sq = 1 + 1,569 m/2,500 m ⋅ sen (32 °) = 1,333
sc = (1,333 ⋅ 23,18-1)/(23,18-1) = 1,348
sγ = 1 - 0,3 ⋅ 1,569 m/2,500 m = 0,812
Coeficientes de inclinação
m = 0 + (2 + 1,569 m/2,500 m)/(1 + 1,569 m/2,500 m) ⋅ sen²(90°) = 1,614
iq = (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(32°)))1,614 = 0,858
ic = 0,858 - (1 - 0,858)/(23,18 ⋅ tan(32°)) = 0,852
iγ = (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 12 kN/m² ⋅ cot(32°)))1,614 + 1 = 0,781
Capacidade resistente
Influência da altura da fundação (solo adjacente à fundação e cargas adicionais):
σR,q = 20 kN/m² ⋅ 23,18 ⋅ 1 ⋅ 1,333 ⋅ 0,858 = 530,14 kN/m² com q 'd = γ1d ⋅ D
Influência da coesão:
σR,c = 15 kN/m² ⋅ 35,49 ⋅ 1 ⋅ 1,1290 ⋅ 0,852 = 611,11 kN/m²
Influência da largura da fundação (solo por baixo da fundação):
σR,γ = 0,5 ⋅ 20 kN/m³ ⋅ 1,569 m ⋅ 27,72 ⋅ 1 ⋅ 0,812 ⋅ 0,781 = 275,57 kN/m² com γ 'd = γ2d
Pressão permitida do solo:
σR,k = σR,d = 530,14 kN/m² + 611,11 kN/m² + 275,57 kN/m² = 1416,83 kN/m²
σR,d = 1.416,83 kN/m²/1,40 = 1.012,02 kN/m²
Pressão do solo existente:
σE,d = 3060,94 kN/3,922 m² = 780,40 kN/m²
Abordagem de dimensionamento 2
η = 780,40 kN/m²/1012,02 kN/m² = 0,771 ≤ 1
Abordagem 2* de acordo com a EN 1997-1, 2.4.7.3.4.2
Nesta abordagem de dimensionamento, é utilizado um conjunto de coeficientes de segurança parciais A1, M1 e R2, com A1 (γG = 1,35; γQ = 1,5) aumentando as ações desfavoráveis na fundação e M1 (γ'φ = γ 'c = γγ = 1,00) não reduzindo os parâmetros do solo, mas com R2 (γR;v = γR;h = 1,40) reduzindo as resistências.
A excentricidade da resultante e os fatores de inclinação não são determinados com os valores de cálculo das ações como na abordagem 2, mas sim com ações características. Na maioria dos casos, isto resulta em excentricidades mais pequenas e, consequentemente, numa área efetiva maior, pela qual a pressão do solo permitida é mais alta do que na abordagem 2.
Cálculo da resistência à rotura do solo
Excentricidade ex da carga vertical efetiva na direção x
Contrariamente às outras abordagens, esta abordagem utiliza os valores característicos da carga vertical com as cargas de fundação adicionais Vz,+add,k, bem como o valor característico do momento fletor de cálculo resultante no centro da base de fundação My,+add ,k para determinar a excentricidade existente.
Vz,+add,k = 1156,25 kN + 1000 kN = 2156,25 kN
HQ,x,k = 1,50 ⋅ 190 kN = 190 kN
My,+add,k = (1,00 m + 4,00 m) ⋅ 190 kN = 950 kNm
ex = -950 kNm/2156,25 kN = -0,441 m
Comprimento, largura e base efetivos da fundação
Comprimento efetivo: L' = máx(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,441 m) = 2,500 m
Largura efetiva: B' = min(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,441 m) = 1,619 m
Área efetiva: A' = 2,500 m ⋅ 1,619 m = 4,047 m²
Parâmetros de solo a serem utilizados
Ângulo de atrito: φ'd = 32°
Parâmetro de corte para coesão: c'd = 15 kN/m²
Densidade aparente: γ1d = γ2d = 20 kN/m³
Coeficientes de capacidade de carga
Nq = eπ ⋅ tangente(32°) ⋅ tangente²(45° + 32°/2) = 23,18
Nc = (23,18 kN - 1) ⋅ cot(32°) = 35,49
Nγ = 2 ⋅ (23,18 kN - 1) ⋅ tan (32 °) = 27,72 com δ ≥ φ 'd/2 (base rugosa)
Inclinação da base da fundação
bq = bc = bγ = 1 porque α = 0 °
Coeficientes de forma para secções retangulares
sq = 1 + 1,619 m/2,500 m ⋅ sen (32°) = 1,343
sc = (1,343 ⋅ 23,18 - 1)/(23,18 - 1) = 1,359
sγ = 1 - 0,3 ⋅ 1,619 m/2,500 m = 0,806
Coeficientes de inclinação
m = (2 + 1,619 m/2,500 m)/(1 + 1,619 m/2,500 m) ⋅ sen²(90°) = 1,607
iq = (1 - 190 kN/(2156,25 kN + 4,047 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(32°)))1,607 = 0,868
ic = 0,868 - (1 - 0,868)/(23,18 ⋅ tan(32°)) = 0,862
iγ = (1 - 190 kN/(2156,25 kN + 4,047 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(32°)))1,607 + 1 = 0,795
Capacidade resistente
Influência da altura da fundação (solo adjacente à fundação e cargas adicionais):
σR,q = 20 kN/m² ⋅ 23,18 ⋅ 1 ⋅ 1,343 ⋅ 0,868 = 540,42 kN/m² com q'd = γ1d ⋅ D
Influência da coesão:
σR,c = 15 kN/m² ⋅ 35,49 ⋅ 1 ⋅ 1,348 ⋅ 0,862 = 623,50 kN/m²
Influência da largura da fundação (solo por baixo da fundação):
σR,γ = 0,5 ⋅ 20 kN/m³ ⋅ 1,619 m ⋅ 27,72 ⋅ 1 ⋅ 0,806 ⋅ 0,795 = 287,33 kN/m² com γ'd = γ2d
Pressão permitida do solo:
σR,k = 540,42 kN/m² + 623,50 kN/m² + 287,33 kN/m² = 1451,25 kN/m²
σR,d = 1.451,25 kN/m²/1,40 =1.036,61 kN/m²
Pressão do solo existente:
Vz,+add,d = 1,35 ⋅ 1156,25 kN + 1,50 ⋅ 1000 kN = 3060,94 kN
σE,d = 3060,94 kN/4,047 m² = 756,33 kN/m²
Abordagem de dimensionamento 2*
η = 756,33 kN/m²/1036,61 kN/m² = 0,730 ≤ 1
Abordagem 3 de acordo com EN 1997-1, 2.4.7.3.4.2
Nesta abordagem de dimensionamento, são utilizados os coeficientes de segurança parciais A1 e A2, M2 e R3. Para as ações da estrutura, são utilizados os coeficientes parciais de segurança do conjunto de dados A1 (γG = 1,35; γQ = 1,50), enquanto as ações geométricas devem ser aumentadas com o conjunto de dados A2 (γG = 1,00; γQ = 1,30). Além disso, as propriedades do solo são reduzidas por M2 (γ'φ = γ'c = 1,25; γγ =1,00). R3 (γR;v = γR;h = 1,00) não reduz as resistências.
Cálculo da resistência à rotura do solo
Excentricidade ex da carga vertical efetiva na direção x
Vz,+add,d = 1,35 ⋅ 1156,25 kN + 1,50 ⋅ 1000 kN = 3060,94 kN
HQ,x,d = 1,50 ⋅ 190 kN = 285 kN
My,+ad = (1,00 m + 4,00 m) ⋅ 285 kN = 1425 kNm
ex = -1.425 kNm/3.060,94 kN = -0,466 m
Comprimento, largura e base efetivos da fundação
Comprimento efetivo: L' = máx(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,466 m) = 2,500 m
Largura efetiva: B' = min(2,500 m; 2,500 m - 2 ⋅ 0,466 m) = 1,569 m
Área efetiva: A' = 2,500 m ⋅ 1,569 m = 3,922 m²
Parâmetros de solo a serem utilizados
Ângulo de atrito: φ'd = arctan(tan(32°)/1,25) = 26,56°
Parâmetro de corte para coesão: c'd = 15 kN/m²/1,25 = 12 kN/m²
Densidade aparente: γ1d = γ2d = 20 kN/m³
Coeficientes de capacidade de carga
Nq = eπ ⋅ tangente (26,56 °) ⋅ tan² (45 ° + 26,56 °/2) = 12,59
Nc = (12,59 kN - 1) ⋅ cot(26,56°) = 23,18
Nγ = 2 ⋅ (12,59 kN - 1) ⋅ tan(26,56°) = 11,59 com δ ≥ φ 'd/2 (base rugosa)
Inclinação da base da fundação
bq = bc = bγ = 1 porque α = 0 °
Coeficientes de forma para secções retangulares
sq = 1 + 1,569 m/2,500 m ⋅ sen(26,56°) = 1,281
sc = (1,281 ⋅ 12,59 - 1)/(12,59 - 1) = 1,305
sγ = 1-0,3 ⋅ 1,569 m/2,500 m = 0,812
Coeficientes de inclinação
m = (2 + 1,569 m/2,500 m)/(1 + 1,569 m/2,500 m) ⋅ sen²(90°) = 1,614
iq = (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 12kN/m² ⋅ cot(26,56°)))1,614 = 0,858
ic = 0,858 - (1 - 0,858)/(12,59 ⋅ tan(26,56°)) = 0,846
iγ = (1 - 285 kN/(3060,94 kN + 3,922 m² ⋅ 12 kN/m² ⋅ cot(26,56°)))1,614 + 1 = 0,781
Capacidade resistente
Influência da altura da fundação (solo adjacente à fundação e cargas adicionais):
σR,q = 20 kN/m² ⋅ 12,59 ⋅ 1 ⋅ 1,281 ⋅ 0,858 = 276,70 kN/m² com q'd = γ1d ⋅ D
Influência da coesão:
σR,c = 12 kN/m² ⋅ 23,18 ⋅ 1 ⋅ 1,305 ⋅ 0,846 = 307,07 kN/m²
Influência da largura da fundação (solo por baixo da fundação):
σR,γ = 0,5 ⋅ 20 kN/m³ ⋅ 1,569 m ⋅ 11,59 ⋅ 1 ⋅ 0,812 ⋅ 0,781 = 115,19 kN/m² com γ'd = γ2d
Pressão permitida do solo:
σR,k = σR,d = 276,70 kN/m² + 307,07 kN/m² + 115,19 kN/m² = 698,95 kN/m²
Pressão do solo existente:
σE,d = 3060,94 kN/3,922 m² = 780,40 kN/m²
Abordagem de dimensionamento 3
η = 780,40 kN/m²/698,95 kN/m² = 1,117 ≥ 1
Comparação de verificações
As diferenças no processo de dimensionamento das abordagens 1 (combinação 1-1), 1 (combinação 1-2), 2, 2* e 3 encontram-se principalmente nos coeficientes parciais de segurança. A tabela seguinte mostra claramente os efeitos dos diferentes conceitos de segurança.
Símbolo | Unidade | Abordagem | |||||
1-1 | 1-2 | 2 | 2* | 3 | |||
Coeficientes de segurança parciais (Ações A) | A | [-] | 1 | 2 | 1 | 1 | 1 (2) 1)A |
γG | [-] | 1,35 | 1,00 | 1,35 | 1,35 | 1,35 (1,00) | |
γQ | [-] | 1.50 | 1,30 | 1.50 | 1.50 | 1,50 (1,30) | |
Carga vertical em z | VG,z+add,k | kN | 1156,25 | ||||
VQ,Z | kN | 1000 | |||||
∑Vz+add,k | kN | 2156,25 | |||||
Vz+ad,d | kN | 3060,94 | 2456,25 | 3060,94 | 3060,94 | 3060,94 | |
Carga horizontal em x | HQ,x,k | kN | 190 | ||||
HQ,x,d | kN | 285 | 247 | 285 | 285 | 285 | |
Cargas para o cálculo de resistências | Vz | kN | 3060,94 | 2456,25 | 3060,94 | 2156,25 2) | 3060,94 |
hx | kN | 285 | 247 | 285 | 1902) | 285 | |
|
My,x+ad | kNm | 1425 | 1235 | 1425 | 950 | 1425 |
|
ex | m | -0,466 | -0,503 | -0,466 | -0,441 | -0,466 |
|
L' | m | 2,500 | ||||
Largura efetiva | B' | m | 1,569 | 1,494 | 1,569 | 1,619 | 1,569 |
|
A' | m² | 3,922 | 3,736 | 3,922 | 4,047 | 3,922 |
Coeficientes parciais de segurança (material M) | M | [-] | 1 | 2 | 1 | 1 | 2 |
γ'φ | [-] | 1,00 | 1,25 | 1,00 | 1,00 | 1,25 | |
γ'C | [-] | 1,00 | 1,25 | 1,00 | 1,00 | 1,25 | |
γγ | [-] | 1,00 | 1,00 | 1,00 | 1,00 | 1,00 | |
Ângulo de atrito da parede | φ'k | ° | 32 | ||||
φ'[BUG.DESCRIPTION ] | ° | 32 | 26,56 | 32 | 32 | 26,56 | |
Coesão | c'k | kN/m² | 15 | ||||
c'd | kN/m² | 15 | 12 | 15 | 15 | 12 | |
Peso específico | γ1,k = γ2,k | kN/m³ | 20 | ||||
γ1,d = γ2,d | kN/m³ | 20 | |||||
Coeficiente de capacidade de carga | Nq | [-] | 23,18 | 12,59 | 23,18 | 23,18 | 12,59 |
Nc | [-] | 35,49 | 23,18 | 35,49 | 35,49 | 23,18 | |
Nγ | [-] | 27,72 | 11,59 | 27,72 | 27,72 | 11,59 | |
Coeficiente de forma para secções retangulares | sq | [-] | 1,333 | 1,267 | 1,333 | 1,343 | 1,281 |
sc | [-] | 1,348 | 1,290 | 1,348 | 1,359 | 1,305 | |
Sγ | [-] | 0,812 | 0,821 | 0,812 | 0,806 | 0,812 | |
m | [-] | 1,614 | 1,626 | 1,614 | 1,607 | 1,614 | |
Coeficientes de inclinação | iq | [-] | 0,858 | 0,847 | 0,858 | 0,868 | 0,858 |
ic | [-] | 0,852 | 0,834 | 0,852 | 0,862 | 0,846 | |
iγ | [-] | 0,781 | 0,765 | 0,781 | 0,795 | 0,781 | |
Profundidade da fundação de tensão | σR,q | kN/m² | 530,14 | 270,26 | 530,14 | 540,42 | 276,70 |
|
σR,c | kN/m² | 611,11 | 299,31 | 611,11 | 623,50 | 307,07 |
Profundidade da fundação de tensão | σR,γ | kN/m² | 275,57 | 108,68 | 275,57 | 287,33 | 115,19 |
Coeficientes de segurança parciais (resistência R) | [SCHOOL.REQUESTORCALLBACK] | [-] | 1 | 1 | 2 | 2 | 3 |
γR;v | [-] | 1,00 | 1,00 | 1,40 | 1,40 | 1,00 | |
pressão do solo permitida | σR,k | kN/m² | 1416,83 | 678,25 | 1416,25 | 1451,25 | 698,95 |
σR,d | kN/m² | 1416,83 | 678,25 | 1012,02 | 1036,61 | 698,95 | |
Pressão do solo existente | σE,d | kN/m² | 780,40 | 657,45 | 780,40 | 756,33 | 780,40 |
Dimensionamento | η | [-] | 0,551 | 0,969 | 0,771 | 0,730 | 1,117 |
0,969 | |||||||
1) No caso de ações a partir da estrutura de apoio, são utilizados os coeficientes parciais de segurança do conjunto de dados A1, enquanto que as ações geométricas tem de ser aumentadas com o conjunto de dados A2. | |||||||
2) As ações características são utilizadas para determinar a resistência na abordagem 2*. |
Conclusão
Em resumo, os métodos da EN 1997‑1 oferecem diferentes níveis de segurança e eficácia económica.
A abordagem 1 caracteriza-se pelo facto de necessitar de duas combinações com diferentes conceitos de segurança. Isto permite uma visão diferenciada dos requisitos de segurança e garante que a combinação com a relação de dimensionamento mais alta seja determinante. A combinação 1-1 aumenta as ações na fundação, enquanto que a combinação 1-2 reduz as propriedades do material.
As abordagens 2 e 2* simplificam o dimensionamento comparativamente à abordagem 1, porque cada uma utiliza apenas um conjunto de dados. Este conjunto de dados aumenta as ações e reduz as resistências sem reduzir os parâmetros do solo. Quando calcula a capacidade resistente do solo, a posição (excentricidade) e a inclinação da carga da resultante são valores de entrada importantes. A abordagem 2 utiliza os valores de dimensionamento para isso, enquanto a abordagem 2* trabalha com as ações características, o que leva a uma maior capacidade resistente na abordagem 2*.
A abordagem 3 geralmente conduz a resultados particularmente conservadores, porque o conjunto de dados dos coeficientes parciais de segurança aqui utilizados aumenta as ações e reduz os parâmetros do solo sem reduzir as resistências. Esta abordagem geralmente oferece o nível de segurança mais alto.