Sede da VisLab, Itália

O projeto e todo o processo de construção tiveram, obrigatoriamente, de obedecer aos trâmites legais do concurso público.

Planeamento estrutural

A estrutura, composta por três pisos (e uma grande galeria), foi construída inteiramente em madeira: paredes externas e internas portantes com placas de madeira laminada cruzada, revestimento da cobertura em vigas e piso com travessas nervuradas. Foi precisamente este último aspeto construtivo que exigiu uma maior atenção e estudos mais aprofundados, uma vez que envolveu a análise do comportamento combinado de dois elementos diferentes, ou seja, as vigas longitudinais de placas de madeira laminada cruzada e de madeira laminada colada na parte exterior que deveriam ficar expostas. A dificuldade residia no facto de a ligação não poder ser efetuada por colagem (ligação infinitamente rígida) e ter de ser efetuada através de parafusos distribuídos longitudinalmente, de acordo com a disposição do corte (ligação flexível).

Para complicar ainda mais a situação, acrescia o facto de a maioria das instalações ter de passar pelo interior da parte estrutural para limitar a espessura e poupar nos materiais adicionais. Por esse motivo, foi necessário realizar alguns trabalhos específicos nas vigas, os quais exigiram uma modelação específica com recurso a elementos de casca com propriedades ortotrópicas. Esta análise permitiu a otimização do passo do parafuso e o dimensionamento dos reforços em torno dos trabalhos adicionais, acabando por tudo isto se traduzir numa poupança considerável de tempo e de custos para a empresa de construção.

Conforme pode ser observado nas fotografias, o edifício tem uma grande fachada de vidro (aproximadamente 200 m²) que obrigou ao dimensionamento de um sistema de contraventamento de reforço específico, feito em vigas de madeira laminada colada. Outro aspeto delicado foi a modelação tridimensional completa de todo o edifício, uma vez que Parma está localizada numa área de atividade sísmica média e a forma do edifício não é regular. Por esta razão, foi utilizado o módulo RF-DYNAM para analisar em detalhe o comportamento dinâmico e, consequentemente, modelar todas as ligações. É importante destacar que não existem elementos de betão armado ou de aço para suportar as cargas horizontais e, em função disso, foi necessário transferir todas as forças horizontais para o solo mediante a utilização de elementos de madeira.